sábado, 31 de março de 2007

Doze Horas

Pra ler ouvindo "Rotomusic de Liqüidificapum", de PATO FU.

Outro dia, enquanto tomava o café da manhã, às oito e cinqüenta e um, comecei a pensar na vida. Perguntas invadiram, repentinamente, minha cabeça. Mas nada de novo, só aquelas mesmas perguntinhas de sempre, que a humanidade nunca consegue responder: De onde eu vim? Pra onde eu vou? Por que tenho que ir? Lá tem cerveja? E, afinal, por que, diabos, eu não cresci? Quando terminei o café, ainda não tinha respondido nenhuma. Pois bem, fui trabalhar, resolvi deixar pra respondê-las na hora do almoço.
Trabalhei. Voltei. Sentei. Pensei. Meio dia e trinta e sete consegui responder duas delas: "De onde eu vim?" e "Pra onde eu vou?". O almoço me ajudou a tentar desvendar a origem e o destino da vida. Vamos lá! Faça de conta que somos a comida. Assim como a comida, não sabemos de onde viemos e nem pra onde iremos. Aquilo que a comida mais tem medo na vida é o Corpo Humano (a morte). Porém, para a comida, maior que o medo da morte é a revolta que lhe dá, quando descobre que o medo não fazia sentido, já que ela voltaria a viver. Mas ainda maior que essa revolta, é a repulsa que ela sente ao olhar-se no espelho, na próxima vida. É, meus amigos! Seria muita pretensão da comida, achar que depois de passar por um processo tão sinistro quanto o da "morte" ela voltaria com a mesma aparência (na verdade, não dá pra provar que isso aconteça também com humanos, mas nunca se sabe, né? Enfim, espere o pior).
Continuarei, então, a contar-lhes a minha peleja pra responder o resto das questões irrespondíveis. Duas da tarde respondi mais uma: "Por que tenho que ir?". Essa, quem me ajudou a responder foi o trabalho. Pensei, preguiçosamente: "Por que eu tenho que ir pro trabalho?". Aí clareou! Concluí: Se eu não trabalhar, como terei dinheiro pra comprar o necessário (livros, CDs, DVDs, ilhas, helicópteros, mansões e outras coisinhas) pra tentar evoluir nessa vida? Tá respondido, então, né? "Por que temos que ir?". Temos que ir pra tentar evoluir, porque numa vida só, não dá. A gente fica velho e a cabeça não é mais a mesma; as pernas param de responder, outros membros também... essas coisas. Daí passamos pelo processo de digestão e voltamos novinhos em folha (tomara que não com o mesmo destino da comida).
A próxima questão me veio à cabeça quando eu estava a caminho do trabalho, enquanto andava sob o sol escaldante das três da tarde, e a minha garganta implorava por líquido. Foi a mais fácil de ser respondida: "Lá tem cerveja?". Mas é claro que tem! Se lá há um sol, há também cerveja (eu prefiro pensar assim). Para a grande maioria das pessoas (segundo pesquisas feitas por mim), a Vida não faz sentido sem uma cervejinha. Tem até uma piadinha muito interessante sobre a presença da cerveja na vida. Lhes direi:

"O professor de Sociologia resolveu dar a seus alunos um exemplo de prioridades na vida. Pegou um copo vazio, encheu-o de pedras e perguntou à classe: 'este copo está cheio?' Todos, em uníssono, responderam 'sim!'. Porém, o professor disse 'não!'. Pegou uns pedregulhos, colocou-os no copo e perguntou outra vez: 'E agora, o copo está cheio?', e a classe, 'sim!'. Mas o professor disse 'ainda não!', e por fim colocou areia dentro do copo, deixando-o assim, sem espaço, e disse aos seus alunos: 'Agora sim, o copo está cheio. O que eu quis lhes mostrar com isso, é que na vida temos que organizar nossas prioridades: primeiro vem a família e os amigos (pedras); depois o trabalho, compromissos (pedregulhos), e por fim: bens materiais, e outras coisas banais (areia). Assim vocês serão bons cidadãos. Mas se priorizarem as banalidades (areia), não sobrará espaço para as coisas realmente importantes'. Nessa hora, um engraçadinho levantou, foi até o professor, pegou o copo com pedras, pedregulhos e areia, colocou cerveja dentro, e disse: 'Mesmo com todas as prioridades da vida, sempre há espaço pra uma cervejinha'."

Pois é! E mais uma prova da existência da cerveja "Lá", é que, às vezes, ela é responsável por sua "evolução", te mandando, assim, pra outra vida.
Tudo bem! Vamos, então, à minha última resposta, para a mais complexa das perguntas: "Por que, diabos, eu não cresci?". Respondi às oito e cinqüenta e um da noite, enquanto jantava, quando vi uma mosca. Olhei aquela mosca e pensei "Ela é tão pequena e pode ir tão alto", daí entendi a mensagem: "Não importa o tamanho, você só precisa de asas" Muito bem, amigos. Então percebi que tenho asas. Todos temos: IMAGINAÇÃO. Com ela, quase consegui desvendar alguns mistérios da vida. Porém, há outro fator muito importante pra chegar a tal conclusão: ILUSÃO.


Obrigado pela atenção.

2 comentários:

Ravena disse...

Bem, o texto realmente tá grande, como vc mesmo disse, mas qdo se escreve como vc, o "tamanho" passa despercebido, e no lugar, passamos a adorar tudo o q tá escrito.
Sobre o mesmo, o que fazer sem a imaginação e a ilusão? Essa é a forma de nos transportarmos para um outro plano, sem sair do lugar, e vc sabem bem deixar a gente com essas asas qdo escreve e qdo lemos.
A imaginação planeja, e a ilusão faz com que isso se torne real. Por tanto devemos sempre ter os dois juntinhos sim. Assim podemos sair, viajar, imaginar, criar e achar q tudo é verdade...
Só não vale exagerar, rsss
Suas indagações e a forma com que respondeu a tudo, foi muito criativo e inteligente. Gostei, como tudo q vc faz. Sou sua fã, vc sabe! hahahahha

Beijos meu amor! Parabéns! Tá tudo muito engraçado, muitobem escrito e muito interessante.

Amo-te!

Epa! O meu tbm ficou enorrrme! rs

william gomes disse...

Um texto como esse tem que ser lido num momento de tremenda concentração o suficiente para participar o mais próximo do mundo do autor.
Por isso imprimi-lo e agora posso lê-lo em todas as horas!
Valeu a pena!
Esse é meu favorito massa demais.