daqui de baixo

O mundo dá voltas rápido demais
O dia engole a noite engole o dia
Ontem mesmo eu era alguém
Hoje já sinto minha falta
Quem é o responsável por isso?
o Sim, o Não, ou o Talvez?

Não vejo quem costumava
Outros, vejo sem querer
Vi meu ápice passar
o vento me soprou
que o declínio é meu novo lar
Tem um olhar me seguindo
Moro nele, mesmo ausente.

Olha só quem acaba de dobrar a esquina
é o amor, com seus versos e rimas
voltou pra assustar minhas meninas
e mais uma vez me olhar de cima.

A presença da estrofe anterior
estragada e salva isso aqui
É que joão só toma café
e maria reverencia leite
A ser humanidade intransige demais
Não enxerga o poder da mistura
não vê o quão ricos seríamos...
Novas cores, novos paladares
menos impropérios e rancores.

Minha cabeça hoje é deserto
Nos olhos, uma miragem
que teima em se mostrar
Uma tempestade zune
nesse vão de idéias sem pontas...
O sol daquele olhar me cega
mas só quando não me olha.

Me mostra o que eu tenho de pior.